PROJETO DO REATOR MODULAR BRASILEIRO DÁ MAIS UM PASSO

Com a participação das especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Paula Calle Vives, oficial sênior de segurança nuclear, e Eve-Lyne Pelletier, especialista Sênior da agência, o projeto de desenvolvimento tecnológico para a fabricação do primeiro reator modular brasileiro de pequeno porte deu um novo salto com a realização do 2º Workshop “SMR Brasileiro. Uma Proposta”, nos dias 25 e 26 de novembro, integrado ao 2º Seminário Sobre as Múltiplas Aplicações da Energia Nuclear e das Radiações.


Organizado pela Casa Viva em parceria com a Amazul e Aben, o evento contou com a participação de diversas autoridades e especialistas da Marinha, CNEN, Ibama, SBMN, Abendi, FINEP, BNDES, SecNSNQ, ABDAN, ABIMAQ e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) etc., com patrocínio da Diamante Energia, Amazul e apoio de realização da Eletronuclear e de diversas instituições representativas do setor. Durante os dois dias, o Workshop contou com cerca de 90 participantes presenciais, 185 espectadores virtuais e 211 visitas online.


Com cerca de 20 palestrantes, o Seminário Múltiplas Aplicações da Energia Nuclear e das Radiações trouxe como tema prioritário nesta edição a segunda parte do debate sobre o projeto de desenvolvimento de tecnologia nacional para a construção do primeiro reator modular de pequeno porte, abordando os temas “O SMBR, Aplicações Licenciamento, Financiamento e Aceitação Pública”. A proposta foi dar seguimento ao debate iniciado no 1º Worrkshop realizado durante o XV SIEN, em agosto, e avançar mais nessa discussão rumo à consolidação do projeto.


Além da geração de energia para o Sistema Integrado Nacional (SIN) ou para localidades isoladas, muitas outras aplicações estão sendo estudadas e desenvolvidas com base nos SMR. As que possuem maior potencial de aproveitamento no Brasil, com a tecnologia aqui dominada (PWR), estão a geração de energia e calor para aplicações industriais, a produção de água potável por meio de dessalinização, a produção de hidrogênio sem geração de carbono ou gases do efeito estufa e a produção de combustíveis sintéticos que substituirão os combustíveis fósseis no futuro.


Durante o evento, também foram demonstradas várias aplicações da tecnologia nuclear na medicina nuclear, na indústria, agricultura e até na preservação de animais em extinção.


Pouca gente sabe disso, mas a tecnologia nuclear já está sendo utilizada até para reduzir a matança de rinocerontes em países africanos, como África do Sul, Madagascar e outros. Inoculados com doses seguras de radiação, os chifres dos animais, deixam de interessar aos caçadores e contrabandistas, pois passam a ser facilmente identificados em portos, aeroportos etc. Isso inibe a matança e o contrabando. O material radioativo torna o chifre inútil e essencialmente tóxico para o consumo humano (ele é muito usado para fazer chá depois de transformado em pó). O assunto foi tema da palestra do Gerente do Centro de Tecnologia e Radiações da Comissão Nacional de Energia Nuclear - IPEN/CNEN, Professor e Orientador da USP, Carlos Alberto Zeitune, durante o 2º Seminário Múltiplas Aplicações da Energia Nuclear e das Radiações e do Workshop SMR Brasileiro, no Rio.

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1º DIA DE EVENTO

2º DIA DE EVENTO